Depois de 102 dias, chegou ao fim mais uma intensa jornada do ultramaratonista brasileiro Alexandre Sartorato. O desafio era nada menos que percorrer 27 países em cinco continentes. Tal missão foi completada com sucesso no último sábado (12), colocando o atleta cubatense entre os maiores feitos da história do esporte mundial, marcando assim a sua ‘2ª Volta ao Mundo’. Alexandre correu praticamente uma maratona por dia, uma jornada que começou no dia 31 de março, nas Pirâmides de Gizé, no Egito e que durante quase 3 meses e meio precisou cumprir trechos diários de corrida, que variaram entre 12 e 18 horas.
Para celebrar mais este seu giro esportivo mundial, Sartorato chegou de carro de bombeiros em frente à Prefeitura de Cubatão e, em seguida, ele foi recebido pelo prefeito César Nascimento, que ouviu atentamente o atleta discorrer sobre o seu feito em terras estrangeiras. Uma realidade vivida intensamente pelo maratonista ao passar por Egito, Grécia, Albânia, Macedônia, Sérvia, Kosovo, Montenegro, Bósnia, Croácia, Itália, Vaticano, San Marino, Áustria, Liechtenstein, Suíça, Alemanha, França, Luxemburgo, Bélgica, Holanda, Inglaterra, País de Gales, Brasil, Uruguai, Argentina, Japão e Nova Zelândia.
Sartorato foi parabenizado pelo chefe do poder executivo cubatense pelo feito histórico e por elevar o nome da cidade no cenário esportivo internacional. “Quero aqui externar o agradecimento, não apenas meu, mas de toda a cidade. Você nos representou bravamente e tem todo o nosso reconhecimento”, resumiu o prefeito.
O atleta disse que a maioria das pessoas não tem ideia de como é difícil sair de um avião após inúmeras horas de voo e imediatamente retomar uma ultramaratona. “O corpo incha, formiga. É uma sensação péssima. Foram milhares de quilômetros corridos, mas com uma única certeza: acredito que com mais este desafio, reafirmo minha condição de um atleta resistente e determinado”.
Adversidades enfrentadas – Para ter ideia da dimensão das dificuldades enfrentadas, Sartorato comenta os houve cenários que iam do deserto à neve. Ele enfrentou temperaturas de 40°C próximo ao deserto do Egito, sensação térmica no asfalto de 50ºC, a negativas que chegaram a – 10°C nos Alpes Suíços. Sem contar passagem em caminhos com granizo e neve, em altitude de 2.380 metros, com dias de mudanças térmicas bruscas, o que prejudicava a imunidade e o condicionamento físico. Durante os mais de 100 dias de sua árdua missão, Sartorato conta que consumiu mais de 800 mil calorias, um volume gigantesco de energia que era ainda insuficiente diante da exigência física diária. “Parece muita coisa, mas foi uma alimentação estava bem abaixo do razoável. Em vários dias, por diversos fatores, fiquei sem comer por muitas e muitas horas, o que me prejudicou bastante”, relembra o atleta, explicando que, em grande parte, a escassez de alimentos foi provocada pela falta de estrutura em regiões remotas e pela dificuldade de acesso a refeições completas, principalmente e alguns trechos do trajeto.
Missão cumprida em termos de representação internacional – Um desafio em que o participante projetou a sua Cidade natal para o mundo. “Tenho certeza de que honrei o nome de Cubatão, do Brasil e de todas as pessoas que me acompanham. Estou muito orgulhoso do que fiz”, expressou. O maratonista é natural de Cubatão. Carrega o nome da cidade como símbolo de resistência, inspiração e superação desde em 2003, quando percorreu o Brasil do Oiapoque ao Chuí em apoio ao Instituto Nacional de Câncer. Em 2007, tornou-se o primeiro homem a concluir uma Volta ao Mundo correndo uma maratona por dia, em prol da organização SOS Kinderdorf International.
Além da façanha esportiva, tida como quase que inimaginável, Sartorato ressaltou o propósito social da expedição. “Essa volta ao mundo teve como bandeira o combate à fome, ao racismo, à miséria e a outras injustiças sociais. Todos somos irmãos nesta grande família chamada mundo”, reforça o maratonista cubatense, dizendo que não pretende parar aí. Entre os próximos planos dele ainda estão uma Volta ao Mundo em 80 dias e uma nova jornada com número maior de países, que ele pensa em passar inclusive pela Antártida, cujo objetivo é o de estabelecer uma marca mundial de quilômetros percorridos em um único ano.
Por: Secom Cubatão/IP
Fotos: Secom Cubatão/Thiego Barbosa