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CEU das Artes do Jd. Nova República tem sessão do filme ‘Cemitérios: Territórios de Fé e Arte’ no dia 27

Após a sessão, debate com a produtora executiva e roteirista Patrícia Ogando e o historiador Welington Borges
  • 5 min de leitura

‘Cemitérios: Territórios de Fé e Arte’, dirigido por Marcos Rogatto, será exibido em sessão especial no dia 27 de novembro, às 15h, no CEU das Artes e dos Esportes de Cubatão, no Jardim Nova República-Bolsão 8 (rua Januário Cândido Pontes, s/nº). A atividade é aberta ao público.

O documentário apresenta os cemitérios da Consolação (São Paulo), Israelita de Cubatão, conhecido por Cemitério das Polacas, e da Saudade (Campinas) como ricos territórios que abrigam uma complexa mistura de histórias, paisagens e artes. Após a sessão, haverá um bate-papo com a produtora executiva e roteirista Patrícia Ogando e o historiador Wellington Borges que faz parte do elenco do documentário sobre a realização do filme e a oportunidade educativa e turística dos espaços cemiteriais. A atividade tem apoio da Prefeitura de Cubatão via Secretaria de Cultura.

Os cemitérios são muito mais do que locais de descanso final; eles são um patrimônio cultural material e imaterial que reflete as crenças, tradições e histórias de uma comunidade. “Cemitérios: Territórios de Fé e Arte” aborda tanto os aspectos estéticos e arquitetônicos dos cemitérios quanto as complexas relações do imaginário local em ritos devocionais. Aqui, as crenças religiosas se fortalecem na delicada interação entre vivos e mortos.

“O documentário retrata diferentes cemitérios e suas peculiaridades como arte tumular, presença dos “milagreiros” beatificados pela crença popular, rituais das religiões de matrizes africanas e segregação religiosa. São territórios ricos em história e importante legado que deve ser valorizado e preservado”, explica o diretor. O Cemitério Israelita de Cubatão, datado de 1929, abriga lápides de mulheres conhecidas como polacas. Muitas dessas mulheres chegaram ao Brasil ainda jovens, com a promessa de casamento e segurança em uma nova terra. Infelizmente, ao chegarem, eram forçadas à prostituição na região portuária de
Santos. Este capítulo obscuro da história é pouco conhecido, mas é resgatado no documentário.

Considerado um dos mais importantes locais da capital, o Cemitério da Consolação é conhecido pela sepultura de  personalidades brasileiras, desde artistas e intelectuais até fazendeiros, comerciantes e industriais que fizeram parte
de diferentes ciclos econômicos do Brasil. Este cemitério, também tombado como patrimônio, se destaca por sua impressionante arte tumular, que atrai curiosos e turistas. Esculturas e obras de arquitetura narram as histórias de muitos artesãos, imigrantes italianos e portugueses, que eram marmoristas em seus países de origem.

Já o Cemitério da Saudade, em Campinas, é o maior cemitério municipal da cidade. Situado no bairro Ponte Preta, ele abriga mais de 3 mil sepulturas tradicionais e é marcado por notáveis elementos arquitetônicos de Ramos de Azevedo. O local, agora tombado como patrimônio, é o repouso final para figuras emblemáticas, como o escravo Toninho e a prostituta Maria Jandira, que, apesar de marginalizados em vida, agora atraem uma legião de devotos e recebem milhares
de visitas anualmente.

Para além dos espaços-personagens, os mortos e os vivos que ocupam os cemitérios também são personagens interessantes, como o caso de Francivaldo Gomes, apelidado de Popó, um ex-coveiro que se tornou guia de visitas no cemitério da Consolação. Com uma memória enciclopédica, ele encanta os turistas com suas visitas guiadas, compartilhando histórias biográficas relacionadas às ruas e avenidas da capital. Recentemente, o cemitério passou por mudanças na administração, mas Popó continua trabalhando lá, enquanto a transição ocorre.

Com a privatização do serviço funerário do município de São Paulo, incertezas surgem, mas as visitas guiadas por Popó, que foram interrompidas por um período, continuarão até o final deste ano. “Foi um desafio enorme selecionar o que colocar em somente 15 minutos de filme para atender o edital. Com o tanto de depoimentos, histórias e imagens a gente podia fazer um longa. Fora as histórias que a gente gostaria de aprofundar, outras pessoas para entrevistar. Esperamos, quem sabe, dar continuidade ao resgate dessas histórias em projetos futuros, para que as pessoas conheçam mais sobre esses patrimônios e a história”, explica a produtora executiva e roteirista Patrícia Ogando.

Sobre a produtora executiva e roteirista – Graduada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Universidade de São Paulo (2013), estudou Assistência de Direção na Academia Internacional de Cinema (2015). Já trabalhou para produtoras como Pigmento Filmes, Moove House, O2 Filmes, Pilula Filmes e Studio 750, exercendo diferentes funções.  Participou do Seminário de Internacionalização de Documentários do DOCSP (2023), integra o coletivo DOCUMENTARISTES e já realizou diversas formações em roteiro e documentário com profissionais do mercado, como Anna Muylaert, Renato Terra, Cristina Fagundes, Luísa Guanabara, Luana Rocha e Michel Carvalho.

Por: Secom Cubatão com informações de Patrícia Ogando
Arte: Divulgação

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