Homenagens ao jornalista Manuel Fernandes marcam celebração do Dia de Portugal

Ponte dos Arcos, no rio Cubatão, receberá o nome do profissional 
 
O jornalista Manuel Alves Fernandes, o Maneco, falecido em outubro de 2018 e que, por mais de quatro décadas atuou como correspondente do jornal A Tribuna, em Cubatão, foi o principal homenageado nas celebrações, deste ano, do Dia de Portugal. A solenidade – inauguração de uma placa na Praça Portugal – foi realizada na manhã desta segunda-feira (24). Deveria ter ocorrido no último dia 10, mas foi adiada porque naquela data houve o acidente de ônibus em Campos do Jordão, no qual morreram moradores da cidade, o que exigiu a decretação de luto oficial.
A placa em homenagem a Maneco tem os seguintes dizeres: “O povo de Cubatão, em especial a comunidade luso-brasileira, homenageia, nesta data, o jornalista Manuel Alves Fernandes (Maneco) que, por mais de quatro décadas, prestou inestimáveis serviços à cidade, exercendo seu ofício com dedicação, competência, honradez e, principalmente, com amor à nossa terra e à nossa gente. Jamais o esqueceremos”.
Na oportunidade, o vereador Laelson Batista Santos (Lalá), falando em nome da Câmara Municipal, anunciou que o Legislativo editará lei dando o nome de Manuel Alves Fernandes à Ponte dos Arcos, da Avenida Nove de Abril,  que liga a zona urbana à área industrial. A autoria do projeto de lei é do vereador Márcio Silva Nascimento (Marcinho).
O prefeito Ademário Oliveira, em seu discurso, afirmou que a denominação era mais do que justa e tinha grande efeito simbólico. “No exercício de sua profissão, Maneco era um elo de ligação, uma ponte, entre todos os segmentos da cidade”.
Ademário lembrou que, na época atual, onde proliferam as notícias falsas, destinadas apenas a denegrir a imagem das pessoas, a homenagem a Maneco, um profissional comprometido com a verdade, é das mais oportunas. “São pessoas como ele, com seu caráter e responsabilidade, que nos motivam a ir em frente”, disse.
Amigo – O jornalista Paulo Mota deu depoimento pessoal sobre o colega e amigo de mais de 40 anos, destacando não apenas sua competência como repórter, mas, também, sua generosidade, que considera o mais marcante traço da personalidade de Maneco.
“Para ele, a notícia não estava acima de tudo. Dizia que ela só tem importância se servisse para construir algo de bom ou destruir uma coisa ruim”, afirmou. Para Mota, Maneco preferia que um problema fosse resolvido do que noticiá-lo. E, na medida do possível, procurava ajudar na resolução desse problema. “E foi assim que ele, além do melhor amigo que tive, foi o melhor amigo que essa cidade já teve, o que justifica plenamente todas as homenagens que lhe forem prestadas”.
Esposa– A jornalista Kátia Giullietti, esposa de Maneco, destacou o amor que ele tinha por Cubatão. “Por isso, quando recebeu o diploma de Cidadão Emérito, comentei que nunca tinha visto um título ser dado com tanta justiça. O Maneco agia como se tivesse nascido aqui. Ele amava tanto Cubatão como a cidade em que nasceu, São Martinho de Mouros, em Portugal”.
Falando em nome da Associação Luso-Brasileira de Cubatão (Alubrac) que, juntamente com a Prefeitura promoveu a homenagem, Armando Campinas Reis destacou o engajamento de Maneco nas grandes lutas locais e citou, entre elas, a campanha de combate à poluição e a mobilização pela restauração da autonomia da cidade, no tempo em que esta era considerada área de interesse da Segurança Nacional e não podia eleger seus prefeitos. “Maneco nos ajudou a organizar a Comissão Pró-Autonomia”, recordou.
Falou, ainda, na solenidade, o vice-prefeito e secretário municipal de Planejamento, Pedro de Sá, que fez uma saudação especial a Kátia Giullietti, companheira de Maneco por mais de 40 anos.
Coral – Da solenidade constaram hasteamento de bandeiras; execução dos hinos nacionais do Brasil e Portugal, e o de Cubatão; e apresentação do Coral Raízes da Serra, da Terceira Idade, que cantou músicas do cancioneiro popular português e fez dança coreográfica.
Estiveram presentes às homenagens, além autoridades municipais e representantes da comunidade Luso-Brasileira, familiares de Maneco (a esposa Kátia, os filhos Fábio e Fernanda e a irmã Maria de Fátima Fernandes), e a editora-chefe do jornal A Tribuna, Arminda Augusto.