Unidade referência na região trata e devolve espécies à natureza
A maioria dos animais que estão em tratamento no Ceptas Unimonte (Centro de Pesquisa e Triagem de Animais Selvagens), em Cubatão, é vítima do tráfico e provenientes da Mata Atlântica. A informação serve de alerta, já que nesta quinta-feira (27) é o Dia Nacional da Mata Atlântica, criado com o objetivo de sensibilizar a população para a preservação deste bioma, que é um dos mais antigos e ameaçados do Brasil.
“Infelizmente, a maioria dos animais que recebemos aqui são vítimas do tráfico e de atropelamentos ou colisão com veículos na estrada, ou seja, seu estado está relacionado com a ação e a proximidade do ser humano”, destaca a veterinária Roberta Guimarães, do Ceptas, unidade mantida no Parque Cotia-Pará, em Cubatão, pela São Judas – Unimonte, em parceria com a Prefeitura de Cubatão.
Atualmente, encontram-se em tratamento no espaço cerca de 80 animais, entre pássaros, papagaios, jabutis, cágados e macacos. Eles chegam por meio das apreensões da Polícia Ambiental. Poucos casos são de entrega voluntária quando o munícipe entra em contato com a autoridade ambiental.
Roberta explica que quando ocorrem chuvas e ventos fortes na região o Ceptas recebe também rolinhas e pequenas aves que caem dos ninhos. “É importante ressaltar que não fazemos resgate. Recebemos, tratamos e cuidamos do animal até a sua destinação.
Nosso objetivo é sempre a soltura da espécie para devolvê-la à vida livre, mas nem sempre isso é possível”. No último mês, 42 animais foram encaminhados para soltura. “Isso sempre nos deixa muito felizes e motivados”.
Sequelas – Dependendo do que aconteceu com o animal, ele fica com sequelas que o impedem de sobreviver no seu habitat natural, de caçar ou de se defender dos predadores. Nestas situações, o Ceptas faz a busca por vagas em instituições, como zoológicos e mantenedores, onde os animais possam ter uma vida digna fora da natureza. “Nem sempre é fácil, porque muitos lugares estão superlotados”.
Quando achar um animal silvestre, o procedimento correto é entrar em contato com a Polícia Ambiental, Guarda Civil Municipal (GCM) ou Secretaria de Meio Ambiente, que sabem para onde cada espécie deve ser levada.
Se o resgate demorar, nunca medique o animal. Para saber qual o alimento certo, faça contato com um veterinário de animais silvestres. “Se for uma emergência, procure esse profissional também”, ensina Roberta.
Mata Atlântica – Recordista mundial em biodiversidade, a Mata Atlântica é uma floresta tropical que está entre uma das mais ameaçadas do planeta, com 8,5% de sua área original sobrevivendo na região mais desenvolvida e ocupada do país. Ela ocupa 17 estados brasileiros, além do Paraguai e da Argentina, e caracteriza-se por variados tipos de florestas, relevos e populações.
Ceptas – Ligado ao curso de Medicina Veterinária da São Judas – Unimonte, o Ceptas é referência no tratamento e na reabilitação de animais selvagens na Baixada Santista. Existe desde 2007 e, no Parque Cotia-Pará, em Cubatão, sua sede atual, funciona desde 2014, em parceria com a Prefeitura de Cubatão.
Sua proposta é de preservação das espécies e sua reinserção na natureza, sempre que possível, ou seu destino a organizações ambientais credenciadas.
Radiografia Ceptas
70% de aves
20% de répteis
10% mamíferos
99% provenientes da Mata Atlântica
Histórico dos animais
- Animais provenientes do tráfico
- Vítimas de atropelamento ou colisão com veículos
- Atacados por cães ou gatos
- Aves caídas dos ninhos após chuvas e ventos fortes
Texto: Assessoria de imprensa da Unimonte