Terminou nesta sexta-feira (1º) a 47ª Semana Afonso Schmidt. Entre os dias 27 de junho e 1º de julho, a cidade celebrou a trajetória do escritor e ativista Schmidt. Pelo menos 350 alunos participaram das atividades realizadas na Estação das Artes, entre o ‘Roteiro Menino Felipe’ e o ‘Encontro com escritores’. Os alunos da rede também puderam conhecer a exposição que permaneceu no local durante toda semana.
No Roteiro, diversos pontos da cidade que são citados nas obras do escritor, principalmente no livro Menino Felipe, foram visitados pelos jovens. Entre os locais estavam o núcleo da Água Fria, o Largo do Sapo, a Estação Ferroviária (Estação das Artes), a trilha para a Olaria (Martins Fontes), o núcleo da Olaria (Vila Noel), entre outros. O percurso teve como guia o personagem ‘Pandorga’, da peça teatral ‘O Pão’, escrito por Schmidt. A personagem foi representada pelo ator cubatense Natan de Alencar. O intuito foi apesentar aos alunos as várias transformações que a cidade passou desde o início do século XX até os dias atuais.
Já na Exposição ‘Visitando Schmidt’ foi possível conferir objetos pessoais do escritor, além de cartazes com fotos e textos de autoria de Schmidt.
Os encontros com os escritores da Região também ocorreram em todos os dias da semana. Nesses bate-papos, eles contaram suas experiências com a literatura e suas respectivas obras já publicadas. A intenção foi aproximar a literatura das pessoas e desmitificar a arte da escrita como algo inalcançável. Nesta sexta-feira, 1º, o escritor Gabriel Sampaio conversou com o pessoal e falou da sua produção literária. Na quinta-feira (30/6) quem esteve na Estação Artes foi Mário Gochi. Na quarta, dia 29, Nice Lopes e Ana Rodrigues. Na terça-feira, 28, o jornalista Paulo Mota trocou experiências com a garotada e na abertura foi a vez do cubatense Cícero Gilmar Lopes.
O Secretário de Cultura, Zeca Rodrigues, celebrou a participação dos envolvidos durante a Semana: “Foi tudo muito positivo. Os eventos conseguiram despertar o interesse dos alunos e vejo que esta é uma maneira de apresentar a história do escritor Afonso Schmidt, sua importância na literatura, além de levar o nome da cidade de forma positiva”.
Sobre Afonso Schmidt – Nasceu em Cubatão, mas foi um cidadão do mundo. Como todo bom cubatense à época, meados de 1906, trabalhou na construção da Linha Férrea Santos – Jundiaí. Mas ele era um homem das letras e em uma de suas “desventuras” acabou desbravando a Europa com pouco mais que a roupa do corpo e ajuda financeira de seus pais, empregos temporários e amigos do lado de cá do continente.
Suas experiências lhe concederam vasto repertório que culminaram na fundação de diversos jornais e cadeiras em periódicos tradicionais como Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e em A Tribuna e Folha Noite, em Santos. Foram mais de 40 livros de sua autoria, sendo também um dos pioneiros a escrever para o gênero de ficção científica. Criou diversas publicações, algumas a favor da causa operária e por fim foi sócio-fundador do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo.
Poeta e crítico ferrenho do fascismo e clericalismo, o filho mais ilustre de Cubatão colecionou comendas como o prêmio da revista O Cruzeiro, em 1950. Em 1963 recebeu o Troféu Juca Pato – prêmio intelectual do ano. É patrono da cadeira 138 do Instituto Histórico e Geográfico de Santos, foi premiado pela Academia Brasileira de Letras e foi membro da Academia Paulista de Letras.
Fotos: Serafim Neto-Secult/ Divulgação Cubatão