A abolição foi um processo conquistado por muita luta

Abolicionista, e entusiasta da educação, Dr. Miguel Vieira Ferreira era um homem a frente de seu tempo

A escravidão foi um processo doloroso que durou aproximadamente 380 anos e custou a vida de milhões de negros, causou uma busca que perdura até hoje pela equidade nos tratamentos, mas que tem demonstrado avanços, aquém do esperado para 133 anos de liberdade da escravidão.
Apesar de tardiamente, pela lei da Abolição da Escravatura, sancionada em 13 de Maio de 1888 em um contexto político adverso, muitas pessoas doaram as suas vidas em prol dessa conquista e nesse segmento. Uma delas foi Dr. Miguel Ferreira Vieira.
Nascido em 10 de dezembro de 1837, Dr. Miguel não se destacou apenas pela luta em prol da abolição, mas também foi pioneiro em prol da educação feminina e um fundador do Primeiro Clube Republicano do Brasil.
Junto ao Dr. Tolentino Machado, fundou a primeira sociedade a defender abertamente a abolição, a Sociedade Manumissora (termo derivado do Latim que significa libertar escravos) 28 de Julho em 1869.
Dr. Miguel entendia que a simples libertação dos escravos não surtiria um efeito positivo nem para aos libertos nem colapsaria a agricultura que tinha como braço forte a força escrava, por isso ele desenvolveu um plano que duraria 25 anos, autossustentável e que agiria em quatro frentes.

Imagem – http://bit.ly/drmiguelhomenagem

 
Primeira frente
A decretação imediata da lei do Ventre Livre, esta que fariam os filhos de escravos nascido de cativos, serem cidadãos livres desde sua concepção.
Segunda Frente
Entendendo que de nada adiantaria dar a liberdade às crianças e não instruí-las, ele propôs que as crianças nascidas libertas ficariam com a mãe até a idade de um ano e meio e a partir dessa data, estariam sob custódia do Governo até os seis anos de idade em uma instituição denominada Colégio dos Libertos e em seguida seriam direcionadas aos Arsenais do Governo, instituições que educavam nas mais diversas áreas os jovens.
Terceira Frente
Sabendo da dificuldade econômica de libertar os escravos, Dr. Miguel propôs uma estratégia muito sagaz. A Libertação gradual de escravos que se submeteriam aos aprendizados ofertados nos arsenais e ficariam sob custódia do Governo, recebendo um salário, este que seria revertido para custear o Colégio dos Libertos e a alforria de mais escravos.
Quarta Frente
Essa se tratava diretamente a respeito das mulheres, que também seriam alforriadas e receberiam ensino escolar e profissional, como ofícios do tipo de parteiras e tipografias, serviços muito utilizados à época.
A frente de sua época, Dr. Miguel propôs um projeto de alforria que não deixaria ao Léo os libertos e sim os daria, a oportunidade de instrução, e inserção na sociedade, fato que infelizmente não ocorreu após o decreto da Lei Áurea em 1888.
Este foi apenas um dos nomes que dedicaram a sua vida para que nossa sociedade fosse mais justa e igualitária e que norteia os movimentos em prol de um Estado para todos.

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