A Prefeitura de Cubatão, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Segurança Climática e Bem-estar animal (Semam-SCBem) realizou, nesta quarta-feira (4), o Fórum Municipal de Ciências Ambientais. O evento ocorreu nas dependências Bloco Cultural como parte da programação comemorativa ao Mês do Meio Ambiente. O local contou com cerca de 15 estandes, que deram o tom da variedade de temas. O evento foi transmitido pelo YouTube da página oficial da Prefeitura. Para descontrair a abertura, houve apresentações culturais, com o violonista Manoelito Martins, popularmente conhecido como Lito do Brasil. O artista cubatense tem uma sólida trajetória internacional, momento em que o público pôde conferir um pouco do seu talento, em especial, com músicas clássicas. Entre elas, o prelúdio número 3 do renomado Heitor Villa-Lobos.
Também houve apresentação de jovens dançarinas da Escola Técnica de Música e Dança ‘Ivanildo Rebouças da Silva’ (ETDM). A unidade de Cubatão constitui-se no único conservatório musical do litoral paulista, reconhecido pelo MEC, a formar gratuitamente músicos e bailarinos, muitos deles vindo a se destacarem no Estado, no Brasil todo e até no exterior. Em seguida, foram anunciadas as autoridades presentes: Andrea Maria Castro (Vice-prefeita e secretária de Habitação), os secretários Cláudio Barazal (Comunicação Social), Cleiton Jordão (Semam), Renata Almeida (chefe de gabinete do Prefeito) e, representando a Câmara Municipal, o vereador Washington Lessa ‘Carioca’, além de representantes do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema).
A vice-prefeita e o titular da Semam deram as boas-vindas a todos, ambos ressaltando a importância do Fórum, como um dos preparativos da cidade rumo à participação cubatense na COP-30, que ocorrerá no Brasil, a ser realizada no final do ano em Belém do Pará. “Fico muito feliz de ver aqui muitos representantes de segmentos e entidades ambientais, de estudantes de instituições educacionais da nossa cidade. Voltamos a executar e a efetivar várias conferências em diversas áreas. Isso é muito positivo, pois significa que a população, por meio da sociedade organizada, está inserida no processo de construção das ideias e sugerindo propostas, que as pessoas estão sendo ouvidas e suas sugestões analisadas e, consequentemente, as entidades sendo representadas nos diversos conselhos retomados. Isso demonstra a pujança da participação social e do processo democrático em Cubatão”, enfatizou Andrea Castro.
Painel da Indústria na Construção de Estratégias para o Desenvolvimento Sustentável – O início dos trabalhos foi com um painel para tratar do histórico da Indústria na construção das estratégias que culminaram no desenvolvimento sustentável no mundo e em Cubatão. Para discorrer sobre este assunto, houve a participação de:
– Cleiton Jordão Santos – Secretário de Meio Ambiente, Segurança Climática e Bem-estar animal. E Doutor em Ciências Ambientais, Pesquisador do Centro de Pesquisas em Meio Ambiente- USP, com pós-graduação em Direito Ambiental e MBA em Gestão Aplicada à Engenhariam entre outras formações.
– Ricardo Salgado – O Diretor-executivo do CIDE-CIESP – Engenheiro com especialização em Logística e Gestão Competitiva e experiência nas áreas de Processos Siderúrgicos, Logística, Segurança e Medicina do Trabalho, do Meio Ambiente, Gestão de Produção e Relacionamento Institucional e Governamental. Passou por empresas como Banco Nacional, Codesp, Cosipa, CPEA e Prefeitura de Santos.
Nesta etapa do evento, foi destacado o conceito industrial ao longo da história, mostrando o contexto de produção, manufatura desde a Revolução Industrial no século XVIII, passando pelo surgimento da máquina a vapor, do carvão mineral e do petróleo. “Esses fatores foram primordiais para existência mais adiante das grandes fábricas, impulsionando o desenvolvimento que se espalhou pelo mundo até chegar ao Brasil um século depois, marcado principalmente pelo Plano de Metas (50 anos em 5) do Governo de Juscelino Kubitschek (1956/1961), que trouxe avanços significativos em infraestrutura, indústria e tecnologia, tendo Cubatão como um dos dos principais locais que tiveram o ‘boom’ do avanço do Polo Industrial naquele período em diante, reforçou Ricardo Salgado.
Vale lembrar de que o Polo Petroquímico de Cubatão foi inaugurado em 1967 e que, ao longo dos anos, expandiu-se significativamente com a instalação de diversas empresas químicas nacionais e também internacionais. Cabe também dizer que, já naquela época, a área de Cubatão abrigava um dos maiores manguezais da região, quando o município foi rapidamente transformado em um centro industrial intenso, o que também gerou impactos ambientais significativos. Mas o cenário mudou e a realidade em Cubatão, com ações e medidas tomadas a partir da segunda metade dos anos 80 e nas décadas seguintes, mostrando uma Cubatão em outro patamar de recuperação ambiental, inclusive nos últimos anos.
“O importante para todos nós agora é olharmos para frente, sempre destacando os nossos feitos e conquistas atuais, só lembrando do passado para que não se repitam os erros no presente e no futuro. E é isso que o Governo de Cubatão e todos os atores envolvidos e comprometidos com as questões ambientais estão fazendo. E nós devemos continuar trabalhando neste sentido. Os frutos das medidas tomadas nos últimos anos já estamos colhendo e seguiremos neste caminho, obviamente, com a participação das parcerias importantes como as que estamos tendo”, ressaltou Cleiton Jordão.
Mesa Redonda discute as tendências mundiais e aplicáveis em Cubatão – A última parte do evento ficou reservada para a realização de uma Mesa Redonda abordando as tendências mundiais em inovação aplicável no município de Cubatão. Formada por um grupo de especialistas, que debateram os temas em um ambiente de diálogo e interação. As ricas discussões proporcionaram um debate sobre líderes empresariais da indústria, especialistas e representantes de universidades para discutir tendências em inovação de tecnologias sustentáveis. A moderação neste caso ficou por conta do secretário da pasta ambiental, Cleiton Jordão, que também contribuía com elucidação dos temas. Ele conduziu os questionamentos e interagiu com os demais participantes, que foram:
– Dra. Elen Aquino Perpetuo – Professora Adjunta na UNIFESP-Instituto do Mar-Baixada Santista e atua como pesquisadora colaboradora -no CEPEMA – POLI-USP-Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio Ambiente. É graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Londrina, com mestrado e doutorado em Biotecnologia pela Universidade de São Paulo (USP), além de pós – Doutorado em Engenharia Química pela Escola Politécnica (USP)
– Dr. Maurício Lamano Ferreira – Professor visitante na ‘Università degli Studi di Bari’ (da Itália). Entre as diversas graduações acadêmicas, é pós-doutor pelo Departamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento Territorial da Universidade do Porto (Portugal); Pós-doutor e Doutor pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA/USP); Mestre em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente pelo Instituto de Botânica de São Paulo (IBT/SP);
– Dra. Flávia Maria Gonçalves – Promotora de Justiça e integrante do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (GAEMA) – Núcleo Baixada Santista, responsável pelas ações de proteção ao meio ambiente de toda a Baixada Santista.
– Ana Wernke – Com uma trajetória sólida em planejamento urbano, sustentabilidade e políticas públicas, atua atualmente como Representante Institucional do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade para o Estado de São Paulo. É professora investigadora da FLACSO Brasil e Doutoranda em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, além de Mestre em Cidades Inteligentes e Sustentáveis pela UNINOVE, ainda com especializações em Direito Ambiental, Direito Público e Docência no Ensino Superior.
Como resultado dos debates da mesa, a plateia teve a ímpar oportunidade de poder absorver um resumo dos vastos conhecimentos dos profissionais. Obviamente, com cada um contribuindo com conhecimentos em suas respetivas áreas de atuação. Mas o conjunto da obra serviu de atração para alunos do SENAI e da ETEC, que acompanharam as observações dos graduados participantes, principalmente nas questões técnicas e acadêmicas, sempre objetivando a criação de projetos de embasados nas legislações que sejam norteadores das políticas públicas dos governos locais.
Entre os tópicos mais abordados, assuntos como mobilidade urbana, Justiça climática, alguns tipos de legislações existentes para incentivar os municípios na criação de projetos, e qual o papel do Ministério Público (MP) e da Justiça para as cidades, principalmente a partir da segunda metade dos anos 1980, o plano municipal de arborização consistente e importância dele para que a cidade avance em áreas com plantios e passe e contar com áreas verdes responsáveis.
Enfim, como resumo, o resultado a que se chegou é que todos os projetos para cidade envolvam adaptações ambientais direcionadas às mudanças climáticas atuais (‘segurança climática’), sempre levando em conta os impactos, sem perder de vistas a prevenção, incluindo ainda a questão do bem-estar animal. Val destacar que essas duas áreas foram incorporadas à Secretaria de Meio Ambiente.
Repercussão – Após o evento, o professor Maurício Lamano, um dos integrantes da mesa, que é Coordenador do Plano Nacional de Arborização (Cubatão é uma das Cidades) falou sobre a importância do Fórum. “Uma excelente programação, muito bem executada pela Prefeitura, sendo fundamental para despertar os interesses da pauta além das mídias sociais e da imprensa. Portanto, um evento oportuno para a participação de estudantes de faculdades, unidades do ensino técnico e também entidades do meio”, resumiu.
O que Lamano disse foi corroborado no depoimento de Marcos Pedroza, professor do Senai-Cubatão, que acompanhou a turma de alunos no evento. A escola contou com um dos estandes presentes. “Muito significativo para eles. Inclusive, haverá uma apresentação deles na Escola, em que vão ressaltar o que gostaram, viram e ouviram neste evento, transmitindo aos demais colegas da unidade os assuntos abordados e o que a participação deles no evento pôde agregar-lhes em termos de novidades e conhecimentos. A apresentação deles será muito legal para servir de incentivo para outras turmas”, comentou Pedroza.
15 estandes movimentaram e deram o tom Fórum, levando enriquecimento à pauta do evento – Paralelamente às discussões que aconteciam no Bloco Cultural, o evento foi enriquecido por cerca de 15 estandes armadas dentro do local. Com isso, o público teve à disposição variados temas que serviam para o maior enriquecimento possível sobre as questões ambientais, despertando a curiosidades aos alunos e demais presentes. Entre as exposições, havia estandes das Escolas Senai, Etec e a E.E. Lincoln Feliciano, esta divulgava o campeonato de robótica da unidade. Alguns dos estandes que deixaram também a sua contribuição foram:
ReciclaCLuB e ABC Marbas – (cooperativas que trabalham com materiais recicláveis, com projetos específicos. Um misto de destinação de inicial e final;
Paradas – Com o lema “O mar começa aqui”, uma preocupação com os oceanos e os manguezais;
Zoonoses – arboviroses, animais peçonhentos, leptospirose e até o caramujo africano;
Imaginacom – Uma Ong do Pinhal do Miranda que trabalha com encomia solidária nos bairros Cota, com viveiros nas escolas daquela região e mudas de plantas e hortas;
Cooperscar Tortugas Ambiental – Uma cooperativa de trabalho de pesca artesanal e ecoturismo, preservações na vida marinha e ribeirinha;
Projeto Guará-Vermelho – Uma entidade de conservação e a conscientização ambiental sobre ave símbolo de recuperação ambiental da cidade de Cubatão, um projeto criado pela Ong Nudaer, com ações de limpeza dos manguezais locais, em especial nas regiões do habitat do pássaro, com foco principal na reprodução, alimentação da ave, promovendo a sua recuperação, conservação e preservação ambiental, contribuindo à biodiversidade do ecossistema da Bacia hidrográfica dos rios Cubatão e Casqueiro e seus afluentes;
Instituto Florestal – Possui um Núcleo de Educação Ecoprofissional em Cubatão, localizado dentro do Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar, inserido na Coordenadoria Estadual de Educação Ambiental. Cubatão também abriga o Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Itutinga Pilões. Neste estande, o público pôde conferir cobras e vários animais selvagens empalhados (taxidermia), comuns nas florestas e matas da Região.
Texto e fotos: Secom Cubatão
