O que causa o suicídio e como preveni-lo é tema de palestra em evento do Setembro Amarelo

Para psicóloga Sara Cianelli dos Anjos Bittencourt, o suicídio é uma doença que leva a pessoa ao extremo de desvalorizar a própria vida

“ O suicídio é uma doença”: este foi o alerta feito pela psicóloga Sara Cianelli dos Anjos Bittencourt em palestra proferida na manhã desta terça-feira (24) alusiva à campanha Setembro Amarelo, que se desenvolve desde o início do mês, sobre  prevenção ao suicídio. O evento ocorreu no Bloco Cultural e foi destinado a profissionais das redes municipais de Saúde, Assistência Social e Educação.  Participou também a equipe do Programa de Saúde na Escola, desenvolvido em parceria pelas secretarias de Saúde e de Educação.
Segundo Sara Cianelli, que é mestre em Psicologia Clínica, o suicídio não é um evento que ocorre repentinamente. “ É um sofrimento psíquico que se desenvolve durante muito tempo e que atinge seu limite quando a pessoa chega ao extremo de desvalorizar a própria vida”, afirmou.
Esse sofrimento , segundo a psicóloga, é conseqüência de uma série de fatores, psicológicos, psiquiátricos e até sociais. “É um fenômeno multi-setorial, que envolve questões biológicas, culturais e mesmo ambientais”, explicou. É por isso que, segundo Sara Cianelli, ele atinge todas as camadas sociais e é preocupante em todos os países, dos mais desenvolvidos aos mais pobres.
Citando dados da Organização Mundial de Saúde, a psicóloga informou que entre os 10 países onde ocorre maior número de suicídios estão potências econômicas como Japão e Alemanha, e nações subdesenvolvidas como Índia (que lidera o ranking mundial)  e Paquistão. O Brasil, com 12 mil casos por ano – 40 por dia – está em oitavo lugar. “Hoje, em todo o mundo, 800 mil pessoas cometem suicídio por ano. Há uma morte deste tipo a cada 40 segundos”, disse.
Conforme Sara, o suicídio é a segunda maior causa da morte  de jovens entre 15 e 29 anos em todo o mundo, vitimando mais do que o câncer e a Aids. Por isso, segundo a psicóloga, trata-se de um assunto sobre o qual deve-se falar muito, mas não apenas como mera informação estatística, e sim,como conscientização. “ Além de causar o sofrimento individual a quem pensa em cometê-lo ou o comete, o suicídio afeta, no mínimo, seis pessoas no entorno do paciente. Causa traumas e pode ser incentivo a outros suicídios”, disse.
Para Sara, as causas do suicídio devem ser observadas atentamente. Entre os fatores de risco estão a depressão, transtorno bipolar, alcoolismo, esquizofrenia e dependência de drogas.
A psicóloga alertou para os mitos comuns envolvendo o suicídio,entre eles o de que é um ato de livre arbítrio e o de  que uma pessoa que teve uma tentativa mal sucedida jamais tentará de novo. “ O sofrimento psíquico tira a plena consciência do suicida,portanto seu ato extremo não é de livre e espontânea vontade. O fato de não ter obtido sucesso em uma tentativa anterior não vai impedi-lo de tentar novamente se a doença não for curada”, afirmou Sara Cianelli.
A prevenção ao suicídio, de acordo com Sara, envolve tratamento psicológico, psiquiátrico e suporte social, tendo a família importância fundamental neste caso.
Abertura– A abertura do evento foi feita pela secretária adjunta de Saúde, Denise Filomena. “ O Setembro Amarelo não deve ser preocupação durante apenas um mês,mas um motivo de reflexão permanente”, disse. Falou também, Selma Maria de Jesus Neves, chefe do Serviço de Saúde Mental da Secretaria de Saúde, que analisou dados estatísticos locais sobre casos de automutilação, tentativas de suicídio e suicídios . O Setembro Amarelo é organizado em Cubatão pela Secretaria Municipal de Saúde, por intermédio da Divisão de Saúde Mental.
Fotos: Marcus Cabaleiro
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